A laranja quando nasce

A laranja quando nasce
Pergunta ao limoeiro
Qual dos amores é mais firme,
Se o segundo se o primeiro.

JLD/ EB-IX: 215

A Sertã é das laranjas,
Cernache das tangerinas,
Troviscal é dos rapazes,
Figueiredo das meninas.

JLD/ EB-IX: 201

A Sertã é das laranjas,
Figueiró das tangerinas,
Cernache dos rapazes,
Pedrógão das meninas.

O laranjal de Pedrógão
Só uma laranja tem,
De roda ninguém lhe chega,
Acima não vai ninguém.

JLD/ EB-IX: 209

Loureiro, verde loureiro

Loureiro, verde loureiro,
Loureiro de baga preta,
Na vida dos namorados
Sempre há-de haver quem se meta.

JLD/EB-VIII: 242

Hei-de subir ao loureiro
A colher uma vardasca
Para dar ao meu amor
Que anda a passear na praça.

JLD/EB-VIII: 246

Ó loureiro, ó loureiro,
ó loureiro ramalhudo,
Faça mal quem quiser
Que o loureiro paga tudo.

Rouxinol do bico preto,
Deixa a baga do loureiro,
Deixa dormir o menino,
Que está no sono primeiro.

JLD/ EB-IX: 213

Senhora da Confianças
Tem as portas de loureiro;
Podia-as ter de ouro,
Porque é rica, tem dinheiro.

JLD/ EB-IX: 221

O loureiro é pau preto,
as flores que dá são brancas.
Como te hei-de dar carinhos
Se as minhas penas são tantas?

JLD/ EB-X: 248

Se a oliveira falasse

Se a oliveira falasse,
Ela diria o que viu,
Debaixo da sua rama
Dois amantes encobriu.

A oliveira cordevil
Deita azeite mais claro,
Alumia todo o ano
À Senhora do Rosário.

JLD/EB-VII: 248

Apanhemos a azeitona
Que tem o azeite dentro,
Que alumia toda a noite
O Santíssimo Sacramento.

JLD/EB-IX: 206

Oliveira pequenino
Que azeitona pode dar?
Um baguinho até dois
É o muito carregar.

JLD/EB-IX: 211

Oliveira pequenina
Não se vai acima dela.
Menina que fala a todos
Não se faz caso dela.

JLD/EB-IX: 216

Daquela janela alta

Daquela janela alta
Me atiraram um limão;
A casca deu-me no peito
O sumo no coração.

Trago dentro do peito
Cidra, laranja, limão;
Para trazer toda a fruta
Falta-me o teu coração.

Eu subi ao limoeiro
Para apanhar dois limões;
É tempo de se juntarem
Nossos ternos corações.

Tanta lima, tanto limão!
Tanta silva, tanta amora;
Tanta cachopa bonita,
Meu pai sem ter uma nora.

A laranja quando nasce
Nasce logo redondinha;
Também tu quando nasceste
Logo foi para ser minha.

TB/CP

Ao almoço me dão pêras

Ao almoço me dão pêras
Ao jantar pêras me dão
À merenda pão com pêras
À ceia pêras e pão.

Atirei à pêra parda
Acertei na de Baguim
Todas as penas se apagam
Só as minhas não têm fim.

Atirei ao pêro doce
Que tava no pereiro alto
Faltará o sol à lua
Eu ao meu amor não falto.

Dá-me da pêra metade,
Da maçã um bocadinho,
Da laranja um só gomo,
Da tua boca um só beijinho.

Deste-me uma pêra verde
Na minha mão amadura.
Não sei que amor é o teu,
Que tão pouco tempo dura.

Deste-me uma pêra verde
Na minha mão foi madura.
Quiseste-me experimentar
Amor firme não se muda.

Deste-me uma pêra verde
Para eu amadurar.
Quem é verde, verde fica
Quiseste-me experimentar.

Estes rapazes de agora
Estes que de agora são,
São como a pêra madura
Dá-lhe o vento, cai no chão.

Já que me deste a pêra
Dá-me também a navalha.
Tu bem sabes que eu não como
Pêra sem ser aparada.

Pêra que estás na pereira
Amarela, de madura
Para quem estás guardada
Pêra que tanto atura.

Toda a moça bonita
Não devia de nascer
É como a pêra madura
Todos a querem comer.

ACPL/CPVR