Meu coração pede, pede,
terra para um pomar;
Meus olhos se obrigarão
A dar água para o regar.
Altos montes, duras penhas
Altos montes, duras penhas
Olivais com suas ramas;
Não dês ouvidos ao mundo
Não deixes de amar quem amas.
PFT-CdP
Eu hei-de amar o pinheiro
Eu hei-de amar o pinheiro
enquanto pinhas não tem;
Aproveita-te menina
enquanto eu te quero bem.
Ó hedra do salgueirinho
Ó hedra do salgueirinho
quem te deu tanto enleio?
Todos dizem que m’és falsa
e eu também assim creio.
JDB-CPB (I, p.36)
Não me deixes, não me deixes
Não me deixes, não me deixes
que eu inda te não deixei;
a folha do olmo vira
e eu inda me não virei.
JDB-CPB (i, p.35)
Linda árvore é o choupo
Linda árvore é o choupo
que dá flor e não dá fruto
eu tenho ouvido dizer:
-quem ama padece muito!
JDB-CPB (I, p.35)
Esta pena com que escrevo
Esta pena com que escrevo
cortei-a do sabugueiro;
quem tem seu amor ausente,
tem pena, não tem tinteiro.
JDB-CPB (I, p.30)
Ó salgueirinho da corga
Ó salgueirinho da corga
por que razão não dás fruto?
Veio o ano muito seco,
ficar verde já foi muito
Naqueles mares lá fora
Naqueles mares lá fora
Tem meu pai um castanheiro,
Dá castanhas lá em Maio
Melancias em Janeiro.
FXAO/RCA
Chamaste-me pêra parda
Chamaste-me pêra parda,
Pêra parda quero ser,
Lá virá o mês de Agosto
Que tu me queiras comer.
JLD/EB-IX : 217
A laranja quando nasce
A laranja quando nasce
Pergunta ao limoeiro
Qual dos amores é mais firme,
Se o segundo se o primeiro.
JLD/ EB-IX: 215
A Sertã é das laranjas,
Cernache das tangerinas,
Troviscal é dos rapazes,
Figueiredo das meninas.
JLD/ EB-IX: 201
A Sertã é das laranjas,
Figueiró das tangerinas,
Cernache dos rapazes,
Pedrógão das meninas.
O laranjal de Pedrógão
Só uma laranja tem,
De roda ninguém lhe chega,
Acima não vai ninguém.
JLD/ EB-IX: 209
Loureiro, verde loureiro
Loureiro, verde loureiro,
Loureiro de baga preta,
Na vida dos namorados
Sempre há-de haver quem se meta.
JLD/EB-VIII: 242
Hei-de subir ao loureiro
A colher uma vardasca
Para dar ao meu amor
Que anda a passear na praça.
JLD/EB-VIII: 246
Ó loureiro, ó loureiro,
ó loureiro ramalhudo,
Faça mal quem quiser
Que o loureiro paga tudo.
Rouxinol do bico preto,
Deixa a baga do loureiro,
Deixa dormir o menino,
Que está no sono primeiro.
JLD/ EB-IX: 213
Senhora da Confianças
Tem as portas de loureiro;
Podia-as ter de ouro,
Porque é rica, tem dinheiro.
JLD/ EB-IX: 221
O loureiro é pau preto,
as flores que dá são brancas.
Como te hei-de dar carinhos
Se as minhas penas são tantas?
JLD/ EB-X: 248
Se a oliveira falasse
Se a oliveira falasse,
Ela diria o que viu,
Debaixo da sua rama
Dois amantes encobriu.
A oliveira cordevil
Deita azeite mais claro,
Alumia todo o ano
À Senhora do Rosário.
JLD/EB-VII: 248
Apanhemos a azeitona
Que tem o azeite dentro,
Que alumia toda a noite
O Santíssimo Sacramento.
JLD/EB-IX: 206
Oliveira pequenino
Que azeitona pode dar?
Um baguinho até dois
É o muito carregar.
JLD/EB-IX: 211
Oliveira pequenina
Não se vai acima dela.
Menina que fala a todos
Não se faz caso dela.
JLD/EB-IX: 216
O salgueiro pega de estaca
O salgueiro pega de estaca
O amieiro de raiz.
Não te gabes que me deixaste;
Fui eu que te não quis.
JLD/EB- VII : 242
Daquela janela alta
Daquela janela alta
Me atiraram um limão;
A casca deu-me no peito
O sumo no coração.
Trago dentro do peito
Cidra, laranja, limão;
Para trazer toda a fruta
Falta-me o teu coração.
Eu subi ao limoeiro
Para apanhar dois limões;
É tempo de se juntarem
Nossos ternos corações.
Tanta lima, tanto limão!
Tanta silva, tanta amora;
Tanta cachopa bonita,
Meu pai sem ter uma nora.
A laranja quando nasce
Nasce logo redondinha;
Também tu quando nasceste
Logo foi para ser minha.
TB/CP
Nem toda a árvore dá fruto
Nem toda a árvore dá fruto
Nem toda a ervá dá flor.
Nem toda a mulher bonita
Pode dar constante amor.
TB/CP
Debaixo da oliveira
Debaixo da oliveira
É um regalo namorar
Tem a folha miudinha
Não entra lá o luar.
( http://youtu.be/94n0v5hXo1s )
ACPL/CPVR
Pilriteiro, dás pilritos
Pessegueiro abanado
Pessegueiro abanado
Da minha mão e do vento
Comigo tendes a fama
Com outra passais o tempo.
ACPL/CPVR
Ao almoço me dão pêras
Ao almoço me dão pêras
Ao jantar pêras me dão
À merenda pão com pêras
À ceia pêras e pão.
Atirei à pêra parda
Acertei na de Baguim
Todas as penas se apagam
Só as minhas não têm fim.
Atirei ao pêro doce
Que tava no pereiro alto
Faltará o sol à lua
Eu ao meu amor não falto.
Dá-me da pêra metade,
Da maçã um bocadinho,
Da laranja um só gomo,
Da tua boca um só beijinho.
Deste-me uma pêra verde
Na minha mão amadura.
Não sei que amor é o teu,
Que tão pouco tempo dura.
Deste-me uma pêra verde
Na minha mão foi madura.
Quiseste-me experimentar
Amor firme não se muda.
Deste-me uma pêra verde
Para eu amadurar.
Quem é verde, verde fica
Quiseste-me experimentar.
Estes rapazes de agora
Estes que de agora são,
São como a pêra madura
Dá-lhe o vento, cai no chão.
Já que me deste a pêra
Dá-me também a navalha.
Tu bem sabes que eu não como
Pêra sem ser aparada.
Pêra que estás na pereira
Amarela, de madura
Para quem estás guardada
Pêra que tanto atura.
Toda a moça bonita
Não devia de nascer
É como a pêra madura
Todos a querem comer.
ACPL/CPVR