A oliveirinha do adro

A oliveirinha do adro
tem a folhinha ao cai-cai.
Bem puderas tu, menina,
ser a nora de meu pai.

O loureiro bate à porta,
ó salsa vai ver quem é;
são os ladrões dos teus olhos
que roubam à falsa fé.

Nunca vi figueira brava
dar figos pela raiz,
nunca vi moço solteiro
ter assento no que diz.

A folha do olmo vira,
vira que a vira o vento.
Também tu minha menina,
viraste-lo pensamento.
Laranjeira do pé de oiro
deita galhadas de prata,
tomar amores não custa,
deixá-los é o que mata.

TC/CT